UFSCar elabora guia com atividades indicadas para crianças em períodos de isolamento social

Tornar o isolamento social favorável ao desenvolvimento físico, cognitivo e emocional de bebês e crianças e também saudável para a relação entre familiares e filhos, por meio de atividades e brincadeiras em casa. Este é o objetivo do guia “Atividades para familiares realizarem com os filhos em casa”, elaborado por Mirela Figueiredo, docente do Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com Ana Luiza Alegretti, supervisora do pós-doutoramento de Figueiredo realizado, atualmente, na Universidade do Texas em San Antonio (EUA).

O material foi criado a partir da recomendação de isolamento social frente à pandemia do Coronavírus e para que essa condição de distanciamento possa ser saudável para as famílias brasileiras. “O isolamento é necessário, mas ele não precisa ser de privação e sofrimento. Podemos usufruir desse momento dentro de nossas casas para autoanálise e para transformar nossas formas de pensar e fazer. O guia oferece sugestões de atividades que os familiares podem realizar com os filhos em casa sem ter um brinquedo ou recurso específico”, descreve a docente da UFSCar. Além de favorecer a continuidade da estimulação e aprendizagem que as crianças estavam recebendo na escola, as práticas também fortalecem o vínculo familiar e o entendimento sobre a atual conjuntura, a partir de brincadeiras, da alegria e do prazer.

O guia apresenta atividades indicadas para diferentes faixas etárias, entre bebês e crianças até 5 anos de idade. Por exemplo, a docente da UFSCar destaca a leitura de livros infantis junto com os filhos. “Por meio de histórias infantis é possível ensinar e aprender uma infinidade de temas – regras, limites, sentimentos, perdas, valores, crenças, dentre outros -, estimular a imaginação, o simbolismo e a criatividade”, defende Mirela. Além da leitura, as histórias podem levar a práticas de desenho, recortes, colagem e encenação, favorecendo o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças.

Para aquelas com idades entre 4 e 5 anos, a professora sugere a elaboração de um calendário manual que ajuda na orientação temporal e na organização da rotina. Para bebês até um ano, ela indica exercícios voltados ao desenvolvimento neuropsicomotor; um deles é colocar os bebês acordados de barriga para baixo e para cima, conforme detalhado guia.

E se a dificuldade é segurar as crianças em casa no período da quarentena, Figueiredo recomenda que os pais devem explicar com sinceridade, sensibilidade e criatividade o que está acontecendo. “É claro que as crianças têm uma capacidade de compreensão diferente dos adolescentes, adultos e idosos. Com criatividade, sensibilidade e conhecendo as diferentes reações dos filhos, os pais devem explicar sobre a doença, sua gravidade e sobre como se prevenir. Só com essas explicações é que as crianças irão aceitar permanecer em casa”, conclui a docente.

O material está disponível em PDF no link https://bit.ly/3bsY1NY e o acesso é gratuito.

Redação 89: