Renascidos do anonimato: Panchiko lança “Ginkgo” e consolida nova fase após viral cult

Redação 89

Renascidos do anonimato: Panchiko lança “Ginkgo” e consolida nova fase após viral cult Foto: Adam Alonzo

A história da banda britânica Panchiko é daquelas que só a música — e a internet — poderiam escrever. Após duas décadas longe dos holofotes, o grupo renasce com “Ginkgo”, um álbum que simboliza não só a maturidade artística, mas também a consagração de uma trajetória improvável.

Formada nos anos 1990 por adolescentes de Nottingham que tocavam para plateias vazias, a banda chegou a desistir da carreira. Mas tudo mudou em 2016, quando um usuário do fórum de discussão 4chan encontrou por acaso o obscuro CD demo “D>E>A>T>H>M>E>T>A>L” em um brechó. O som lo-fi e melancólico viralizou online e transformou o Panchiko em clássico cult, com milhões de streams e turnês esgotadas.

Com o sucesso inesperado, a banda se reagrupou oficialmente em 2021, reunindo os membros originais Andy Wright, Owain Davies e Shaun Ferreday, agora acompanhados por Robert Harris e John Schofield. Eles abandonaram suas rotinas, montaram um estúdio na cidade natal e mergulharam em um processo criativo intenso, que culminou no álbum de retorno “Failed At Maths” em 2023. Agora, em “Ginkgo”, o Panchiko mostra um som ainda mais contemplativo e cinematográfico, com produção refinada e letras que equilibram nostalgia e amadurecimento.

O disco apresenta 13 faixas que transitam entre o poético e o visceral, com momentos como “Chapel of Salt”, que ganhou clipe e destaca o tom mais coeso da nova fase da banda. A sonoridade mistura o lo-fi original com elementos de trip hop, nu-metal, folk, hip hop melancólico e até rock alternativo dos anos 2000, criando uma identidade única. Músicas como “Lifestyle Trainers” e “Lifestyle Trainers” abordam temas existenciais, enquanto “Shandy in the Graveyard”, com participação do rapper billy woods, conecta o passado e o presente da banda — e do público que agora lota seus shows com devoção adolescente.

Apesar do novo patamar, o Panchiko mantém o espírito autêntico. A capa de “Ginkgo” é uma foto tirada espontaneamente pela filha de Wright — uma imagem escolhida em vez da arte de um designer contratado. “Pagamos um adiantamento generoso, mas essa imagem disse tudo”, conta o tecladista. Já Davies resume: “É pura. Não tem nada de forçado”. Em sua maior turnê até hoje, com datas esgotadas em Nova York, Los Angeles e Paris, além de festivais como Levitation e Pitchfork, a banda mostra que ainda há espaço para renascimentos, e que o acaso pode — sim — reescrever a história.

Ouça o disco na íntegra AQUI e veja o clipe de “Chapel of Salt” no player abaixo:



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