Banda O Velho Manco une música, religião e crítica social em novo lançamento: “Cinemática”

O Velho Manco, um dos nomes mais ousados do indie rock brasileiro, acaba de lançar seu mais novo single, “Cinemática”. Disponível em todos os principais aplicativos de música, a faixa chega pela Marã Música e promete uma viagem sonora intensa e reflexiva, marcada por camadas de significado e um convite à introspecção.
Em um conceito profundo, “Cinemática” faz referência ao estudo do movimento, abordando temas filosóficos e sociais com um olhar afiado sobre a religião como um fenômeno atemporal e coletivo. “Este single fala sobre a religião como uma criação de origem comum a todos os povos, segmentada através dos tempos, cuja causa não é bem sabida, mas cujo efeito é o comportamento de massa cíclico, potente, alastrante e, muitas vezes, devastador”, explica a banda.
A canção se distingue pela forma como mescla terminologias técnicas da mecânica clássica com termos psicossociais, gerando uma sonoridade única e uma letra repleta de camadas interpretativas. “Cada verso tem conotação dúbia”, complementam os membros da banda.
A principal inspiração para a letra foi o livro “O Gene Egoísta”, de Richard Dawkins, que popularizou o conceito de “Meme” como um “gene das ideias”. “A religião é o Meme mais poderoso de todos, porque perdura desde a conscientização humana até os dias contemporâneos”, afirmam. O refrão final, “Ali, Alá, é Davi, é Rá, na Torá”, ilustra a ideia de que todas as divindades fazem parte de uma mesma memória coletiva, representando a universalidade das crenças.
Em relação à sonoridade, “Cinemática” combina a musicalidade de instrumentos acústicos, como o violão e o charango peruano, com a presença de alfaias, criando um ambiente sonoro que resgata as culturas celtas e latino-americanas. “Utilizamos instrumentos que evocam as tradições antigas, com seus aspectos pacíficos e bélicos, para refletir sobre os legados dessas civilizações”, afirmam. As melodias, por sua vez, buscam evocar louvores e mantras, criando um clima introspectivo e ritualístico.
A composição de “Cinemática” remonta a 2016, quando o arranjo de violão foi criado por Tiago Mancin, vocalista da banda. No entanto, a ideia foi deixada de lado até a pandemia de 2020, quando a nova melodia vocal e o tema finalmente se cristalizaram. “A religião como um ponto em comum entre sociedades, atemporal e irracional, foi algo que sempre quisemos explorar”, diz Mancin.
A banda, que sempre busca explorar a visão de um mundo interconectado e racional, espera que “Cinemática” seja uma música que provoque reflexões. “Queremos que as pessoas apreciem nossa música e se sintam tocadas, que as questões que abordamos sejam discutidas, desde uma mesa de bar até discussões mais profundas sobre o papel da humanidade na sociedade”, afirmam.
Formada em 2014, a banda O Velho Manco continua a apresentar uma visão única e crítica sobre o mundo, com influências que vão de Radiohead a Chico Buarque, passando por Nirvana e Pink Floyd. Sua mistura de estilos e temas profundos já conquistou uma base fiel de ouvintes. O novo single “Cinemática” é, sem dúvida, mais um passo importante na jornada da banda para explorar a complexidade da vida e da sociedade.