A música ajuda na memória e na personalidade

Fernanda Soldateli

A música ajuda na memória e na personalidade Portrait of an african young couple together listening music in cafe on one earphone

A música, além de ser uma forma de entretenimento, desempenha um papel crucial na nossa memória e na expressão da personalidade. Dois estudos recentes revelaram como as preferências musicais estão interligadas com traços de personalidade e como a música pode ser uma ferramenta poderosa para estimular a memória, especialmente em pacientes com Alzheimer e demência.

Principais Conclusões

  • A música pode melhorar a memória em pacientes com Alzheimer.
  • Preferências musicais estão ligadas a traços de personalidade.
  • A música serve como uma ponte para conexões sociais e compreensão mútua.

A Música e a Memória

Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Toronto mostraram que ouvir músicas que têm um significado pessoal pode ativar áreas do cérebro responsáveis pela memória e pela tomada de decisões. Isso é especialmente relevante para pacientes com Alzheimer, onde a música familiar pode ajudar a manter a função cognitiva.

  • Efeitos Observados:
  • Melhora na adaptabilidade do cérebro em pacientes com comprometimento cognitivo.
  • Aumento no desempenho da memória durante testes após ouvir músicas significativas.

Os pesquisadores utilizaram ressonâncias magnéticas para observar as mudanças no cérebro dos participantes antes e depois de ouvir suas músicas favoritas. Os resultados indicaram que a música pessoal ativa uma rede neural mais ampla em comparação com músicas desconhecidas, que apenas estimulam áreas específicas do cérebro.

A Música e a Personalidade

Outro estudo, realizado pela Universidade de Cambridge, analisou a relação entre gosto musical e traços de personalidade em mais de 350 mil participantes de 53 países. Os resultados mostraram que as preferências musicais podem indicar características pessoais.

  • Categorias Musicais Identificadas:
  1. Suave: Soft rock, R&B, música contemporânea.
  2. Intenso: Rock clássico, punk, heavy metal.
  3. Contemporâneo: Música eletrônica, rap, latim.
  4. Sofisticado: Música clássica, ópera, jazz.
  5. Despretensioso: Música relaxante, country.

Os pesquisadores descobriram que:

  • Extrovertidos tendem a preferir música contemporânea.
  • Pessoas organizadas e amáveis preferem músicas despretensiosas.
  • Indivíduos ansiosos e pessimistas mostram uma preferência por músicas intensas.

David Greenberg, principal autor do estudo, destacou a universalidade das preferências musicais, sugerindo que a música pode ser uma poderosa ferramenta de conexão entre pessoas de diferentes culturas e origens.

Implicações Futuras

Esses estudos não apenas ampliam nossa compreensão sobre a relação entre música, memória e personalidade, mas também abrem portas para a aplicação de musicoterapia em contextos clínicos. A música pode ser utilizada como uma forma de terapia para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências cognitivas e para promover conexões sociais entre indivíduos.

A pesquisa sugere que, independentemente de onde estamos no mundo, a música pode nos unir, ajudando a entender melhor a nós mesmos e aos outros. Portanto, ouvir suas músicas favoritas pode ser mais do que um simples prazer; pode ser um exercício valioso para a mente e a alma.



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