Jerry Cantrell alerta: “a relação entre artistas e drogas não é glamourosa”

Para Jerry Cantrell, guitarrista do Alice in Chains, a conexão entre artistas e drogas pode parecer sedutora para algumas pessoas, mas o resultado disso não é glamouroso. Em entrevista ao podcast “Broken Record”, ele refletiu sobre sua trajetória e como sua forma de compor evoluiu após 21 anos de sobriedade. “Todo mundo passa por essa fase e acha que está no controle, mas então vê que não é bem assim”, afirmou.
Cantrell reconhece que o uso de substâncias fez parte de sua vida e influenciou sua música, mas destaca que isso não é essencial para a criatividade. “Escrevi boas músicas dos dois jeitos. Mas houve um momento [quando estava chapado] em que simplesmente parou de funcionar para mim, e precisei encontrar uma nova maneira de seguir” (via Blabbermouth). Ele cita amigos como Billy Morrison, Dave Navarro, Matt Sorum e Billy Duffy como referências de músicos que também deixaram os excessos para trás sem comprometer a intensidade artística.
Hoje, o veterano músico valoriza a estabilidade que conquistou e não sente que perdeu nada ao mudar seu estilo de vida. “Não sou mais um garoto, não posso mais fazer o que fazia. Isso me mataria. Mas gosto da vida que tenho agora. Os picos podem não ser tão altos, mas os momentos baixos também não são tão profundos. E essa consistência é algo que aprendi a valorizar.”
Mesmo sem os excessos que marcaram sua juventude, Cantrell continua sendo uma das forças criativas do Alice in Chains e a prova mais concreta que a intensidade musical não depende do caos é o seu novo álbum solo, “I Want Blood”, lançado em outubro do ano passado, que recebeu ótimas críticas de publicações especializadas e uma receptividade incrível dos fãs.