Andreas Kisser detona o “Brasil conservador que saiu do armário”

Redação 89

Andreas Kisser detona o “Brasil conservador que saiu do armário” Foto: Anderson Carvalho

Andreas Kisser, guitarrista e líder do Sepultura, deu uma entrevista ao canal oficial da Folha de S.Paulo no YouTube, onde abordou o impacto da política na música da banda e a situação do Brasil nos últimos anos. Com sua tradicional visão crítica, Andreas destacou a influência da cena punk no teor lírico do Sepultura, mas foi além, fazendo uma observação sobre o ambiente político-social pós-Bolsonaro.

“Essa coisa política veio da própria música, dos punks, especialmente das letras”, afirmou Andreas. “[Veio também] do Metallica, de colocar uma crítica social, já de falar de sanidade mental… questões que são muito populares hoje em dia entre os jovens.”

O guitarrista também relembrou momentos marcantes da carreira do Sepultura, como a canção de 1993 “Manifest”, inspirada no Massacre do Carandiru: “Muito por ter sido no Brasil, nós usamos esse tema para falar da brutalidade policial, da intolerância, em respeitar diferenças. Coisa que a gente vem lutando, desde então, até hoje. É uma luta que não acaba.”

Mas o ponto mais forte da entrevista veio quando Andreas comentou o cenário político atual e o papel que o ex-presidente Jair Bolsonaro desempenhou na exposição de ideologias conservadoras. “A gente passou por um processo dessa coisa de Bolsonaro e tudo, onde muita gente saiu do armário. Esse Brasil conservador, que sempre existiu, achou que pode começar a falar de um jeito desrespeitoso, ser homofóbico, xenofóbico e etc.”

O Sepultura segue rodando o mundo com sua turnê de despedida “Celebrating Life Through Death” e neste final de semana fez três shows no Espaço Unimed, em São Paulo.



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