Nasi explica por que as gravadoras contratam sertanejos e deixam os roqueiros de lado
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Nasi, vocalista do Ira!, participou de um episódio do podcast “Futeboteco” e fez comentários sobre a nebulosa relação que a banda teve no passado com exigências feitas por gravadoras.
“Nós fizemos muito sucesso com os dois primeiros discos ‘Mudança de Comportamento’ (1985) e ‘Vivendo e Não Aprendendo’ (1986). Queriam que a gente repetisse no terceiro disco essa fórmula, com músicas de três minutos e meio e com refrão assoviável, e a gente fez o ‘Psicoacústica’ (1988), que é um disco que não tem refrão, dissonante e tem muito instrumental, e é completamente diferente de qualquer coisa que surgiu nos anos 80”, disse o cantor, conforme transcrição feita pelo site Rock ShowBizz.
Segundo Nasi, “Psicoacústica” quebrou a aliança do Ira! com a gravadora: “Eles nos acharam loucos. Perdemos a ligação com o pop, com a pegada radiofônica!”. Ele explicou que os executivos não querem lidar com pessoas contestadoras: “Músico de rock, artista de rock, dá trabalho pra gravadora. Por isso que as gravadoras falam: ‘Vamos parar de bombar esses roqueiros e vamos chamar essas duplas sertanejas que são tudo igual. Os caras não tão nem aí e a gente dá as músicas pra eles gravarem’. Porque sertanejo é assim: ‘Toma aqui, é essa música que você vai gravar'”.
Nasi finalizou lamentando que hoje em dia não há espaço para coisas novas no mercado do rock nacional, o que dificulta o surgimento de novos nomes. No entanto, fez questão de citar o trabalho feito no segmento das emissoras 89 A Rádio Rock e a Kiss FM.
