Pete Townshend (The Who) analisa fenômeno de “artistas brilhantes com 12 seguidores”

Pete Townshend, guitarrista do The Who, analisou as tecnologias que deverão impactar a indústria da música nos próximos anos em uma entrevista para Justin Richmond, do podcast Broken Record.

Townshend manteve contato direto com todo o desenvolvimento tecnológico que a música passou nos últimos 50 anos e por conta de todo seu entusiasmo por produtos avançados, não descarta o uso de inteligência artificial (IA) em seus próximos trabalhos. “Acho que vai ajudar de todas as formas que vão nos surpreender quando acontecerem, assim como foi com a internet. E, claro, a internet tem um lado muito, muito sombrio”.

Falando desse “lado sombrio”, o icônico guitarrista argumentou que os serviços de streaming, como produto da era da internet, também têm um, alegando que foram “monopolizados” por um punhado de artistas, em vez de serem o grande nivelador da indústria musical como muitos acreditavam.

“O que realmente tem acontecido é que há pouquíssimos artistas monopolizando o streaming”, diz ele, explicando um fenômeno que só ocorre com quem não segue as sugestões das plataformas e resolve fazer pesquisas avançadas. Você vai para o Spotify ou Apple [Music] e dá na mesma: você entra em uma área, que ninguém mais está ouvindo. E você encontra as coisas mais extraordinárias. Você faz descobertas e pensa: ‘Quem são esses? Eles são brilhantes, são gênios, mas têm 12 seguidores”.

Townshend acrescentou: “É meio trágico o que realmente aconteceu, porque nem todas essas pessoas podem ser famosas. Estamos acostumados com o sistema estelar sendo um lugar onde alguém tem muita sorte de estar no lugar certo na hora certa [para encontrar o sucesso].”

O guitarrista voltou à IA para concluir: “Mas em relação à IA, estou esperançoso. Não vou dizer que inevitavelmente será uma coisa boa, porque quando ela se tornar o que move a máquina, teremos que tomar cuidado”.

This post was last modified on 25 de março de 2024 12:03

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