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Edgard Scandurra e Taciana Barros estão em versão da Gang 90 da Tartamudo

Redação 89

Edgard Scandurra e Taciana Barros estão em versão da Gang 90 da Tartamudo imagem divulgação

Em tempos pandêmicos e de instabilidade política, incertezas sobre o futuro e a tristeza tomam de conta da população geral. Se deixar levar a pequenos prazeres da vida é também um jeito de celebrar, se divertir e deixar um pouco de tudo de lado por um momento. Assim nasce a versão de “Convite ao Prazer”, que a banda brasiliense Tartamudo acaba de lançar para a música da banda de rock brasileira Gang 90. A versão tem as participações especiais de Taciana Barros nos vocais, – tecladista que assumiu a Gang 90 após a trágica morte do líder Júlio Barroso -, e do guitarrista Edgard Scandurra.

“’Convite ao prazer’, nas atuais circunstâncias do Brasil, assolado por uma pandemia, desgoverno e pobreza, é para nós também uma busca de otimismo, de leveza, de crença em tempos melhores. Não pretendemos ser levianos nem alienados. Apenas acreditamos que as crises são cíclicas e acreditar em um futuro mais feliz nos ajuda a fazer essa caminhada. A música nos energiza sempre”, explica Wilton Rossi (guitarras, teclados, loops, baixo), uma das metades do duo brasiliense formado também por Zepedro Gollo (bateria eletrônica, loops, teclado).

A canção é o grande single do primeiro disco do grupo, intitulado A loop is a loop is a loop, previsto para sair no começo de 2022 e ganhou uma versão eletrônica, que embora respeite a base da música original, nada tem a ver com a versão new wave de uma das bandas percussoras do rock dos anos 80 no Brasil.

“A nossa versão partiu de uma desmontagem da música original, mantendo apenas algumas melodias estruturais e a letra como base. É um trabalho de recriação, já que muito da dinâmica roqueira (verso-refrão-ponte) não cabia na abordagem musical do Tartamudo. Deixamos as guitarras e os solos para o Scandurra, um profissional tarimbado e extremamente competente. E foi o convite que fizemos a ele: improvise, vamos registrar tudo e editar depois. Com a Taciana, que considera essa uma das grandes músicas da banda, foi parecido. Ela pôde experimentar com a voz, cantar em andamentos diferentes, sussurrando ou gritando. Já tínhamos uma versão preliminar quando apresentamos a música a eles, mas foi só depois, com várias horas de edição no nosso estúdio, que nossa versão tomou a forma final. Para nós, é um grande exercício criativo, pois trabalhar com a participação de outros músicos é desafiador, nos tira da zona de conforto. E deu muito certo. Graças também, claro, ao talento dessa dupla que colaborou com nossa ideia” conta Wilton Rossi.

A Gang 90 nasceu nos anos 80 e seu primeiro sucesso foi a “Perdidos na Selva”, o que abriu as portas do Fantástico (programa da TV Globo, que a época era muito importante para a música) e depois foi regravada pelo Barão Vermelho. Grandes nomes da música popular brasileira passaram pelo grupo, como Lobão, Bocato, Wanderley Taffo, Sandra Coutinho e mais. Inspirados pelo The B-52’s, o Gang 90, depois chamado de Gang 90 e As Absurdettes, tinha um grande coro feminino formado por Alice Pink Pank, uma das cantoras-musas da banda, ao lado de May East, Lonita Renaux (Denise Barroso – irmã de Júlio) e Taciana Barros (então companheira do líder da banda). Enfrentando problemas com drogas e alcoolismo, Júlio morreu tragicamente ao cair da janela de seu apartamento, no 11º andar, em São Paulo e Taciana seguiu com a banda até o seu fim em 1987. Portanto, é uma grande honra para a Tartarmudo poder fazer essa homenagem ao grupo com a participação de uma das integrantes da formação original.

Na capa produzida por Wilton, a brincadeira é com uma bala em formato de caveira, inspirada em uma das estrofes da canção: “Prefiro morrer de vodka do que de tédio” e traz uma provocação:

“A música fala dessa busca aditivada pelo prazer através da noite. A figura da bala em forma de caveira cor-de-rosa pode remeter a isso. Seria então um doce, uma bala de açúcar que derrete sensualmente na boca? Ou seria uma referência pouco sutil a uma bala de ecstasy? Ou, mais além, não seria uma representação que amalgama o prazer de Eros com a morte de Tanatos, sempre próximos, numa leitura freudiana? Ou seria uma foto mal pesquisada em bancos de imagens? Como toda figura icônica, as leituras possíveis são muitas e todas são válidas”, reflete Wilton.



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