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Conversamos com o lendário Glenn Hughes

Redação 89

Conversamos com o lendário Glenn Hughes imagem divulgação

Nosso produtor/apresentador Wendell Correia conversou com um dos maiores nomes do rock de todos os tempos, Glenn Hughes, ex-baixista do Deep Purple e atual vocalista/baixista do Dead Daisies, com quem lançou no início deste ano o álbum Holy Ground.

Hughes, dono de uma voz poderosíssima e que se mantém intacta até os dias de hoje, falou sobre seu recente retorno aos shows, a entrada de Tommy Clufetos na bateria de seu atual grupo e um pouquinho sobre os tempos de Deep Purple.

O amor que ele tem pelo Brasil também foi abordado nessa entrevista, disponível no player abaixo:

Transcrição da entrevista:

Olá! Como você está?

Estou bem! E você, como está?

Estou bem, cara.

Legal falar com você!

Igualmente.

Gostaria de começar perguntando sobre esses anos malucos que estamos vivendo. Como você está?

Estou bem! Estou muito bem, obrigado.

Você vai completar 70 anos no dia 21 de agosto, certo?

Sim, eu vou.

Você pretende fazer uma comemoração especial?

Não tenho certeza. Talvez a minha esposa esteja planejando alguma coisa.

Espero que sim. Vocês estão lançando a versão de rádio de 2021 para a música “Like No Other”, com o Tommy Clufetos na bateria, uma linha de baixo sensacional…o que a música significa para você?

É uma música que envolve sentimento. Basicamente é o sentimento de acordar e voltar a viver, sabe? Depois do que estamos passando, “Like No Other” quer dizer “estou de volta e isso é bom”.

“Like No Other” é a sua música favorita no álbum?

É uma das minhas favoritas, com certeza.

A música tem uma linha de baixo sensacional. Como foi o processo de criação desse riff?

Veio com o groove que criamos e a música surgiu a partir disso. É a maneira que eu toco baixo, então foi importante criar a música a partir desse groove.

E quem escreveu a letra da música?

Fui eu. Novamente, é sobre um sentimento de estar no momento, ter um movimento e um groove na música. Como sou um baixista groove, é muito importante escrever uma música sobre movimento.

E falando sobre o álbum como um todo, em quantos meses vocês escreveram e gravaram? Como foi o processo?

Compomos para o álbum no meio do ano de 2019, entre junho, julho e agosto. Foram uns três meses. Em novembro nós fomos para a França e começamos a produzir o álbum.

E o que acrescenta para a banda a entrada do Tommy Clufetos na bateria?

O Tommy toca um rock mais pesado na bateria em comparação ao Deen Castronovo. Eu com certeza amo o Deen! Mas o Tommy é um tipo diferente de baterista. Ele realmente é ‘super heavy’.

Gostaria de falar também sobre o jogo que vocês lançaram para celulares, chamado “Daisys Revenge” com a Epic Games. Como foi o processo para criar esse jogo?

Honestamente, eu não sei muito sobre isso.

Você jogou no seu celular?

Não.

Você não curte muito?

Não muito.

Você fez seus primeiros shows com The Dead Daisies há alguns meses. Como foi finalmente fazer isso?

Foi ótimo! Fizemos nove shows que foram fantásticos, foi ótimo estar de frente com uma plateia novamente. O público estava maravilhoso, cantando muito alto, e foi ótimo estar de volta com tanta gente.

Ainda não podemos ter esse tipo de shows aqui no Brasil. Como as pessoas estavam se comportando? Mais agitadas do que antes?

Sim! Estavam muito felizes por estarem de volta, assim como nós também, claro. A energia que o público enviava para a banda era exatamente a mesma. Eles curtindo as músicas e nós tocando para eles. Foi ótimo.

Você lembra do dia que recebeu a primeira ligação o convidando para fazer parte da banda The Dead Daisies?

Sim, eu me encontrei com o David Lowy (guitarrista) em Los Angeles e conversamos. Me falou que queriam fazer algumas mudanças e gostariam de saber se eu estava disponível para compor para a banda. Então eu trouxe ideias de músicas, trocamos uma ideia. Mostrei duas músicas que eu escrevi para nós para ver se gostavam. E eles gostaram, então fiquei muito feliz.

Os fãs e a imprensa estão elogiando o álbum, está nas paradas musicais de várias partes do mundo. Você esperava que faria tanto sucesso?

Eu esperava que sim. Eles queriam levar a banda para um outro patamar e vieram até mim para ajudar. Acho que as músicas são extremamente importantes para qualquer artista. E ainda bem que as músicas que trouxe deram certo.

Você postou nas suas redes sociais sobre a sua guitarra Les Paul do ano de 1968, que é a sua favorita, dizendo que escreveu várias músicas com essa guitarra e que está escrevendo novas músicas. Podemos esperar outro álbum em breve?

Sim! Essa é a Les Paul 1968. Eu escrevi um novo álbum no meio do ano e espero que a gente possa gravá-lo ano que vem.

Você se sente mais confortável tocando baixo, guitarra ou cantando?

Eu gosto de tocar baixo e cantar. Se você me vir tocando baixo e cantando, aquilo é tudo para mim.

Tem alguns músicos que também cantam e tocam baixo, como o Paul McCartney, Sting, você…qual foi a sua influência para tocar baixo e cantar?

Acho que o Paul McCartney com certeza foi a principal influência para mim. Cresci na Inglaterra nos anos 1960 e os Beatles são incríveis. Eles significam muito para mim.

Sim, são ótimos! E você já veio bastante vezes para o Brasil. O que você mais gosta daqui?

Eu adoro a cultura, o futebol, os roqueiros brasileiros, a comida. O Brasil tem um lugar muito especial no meu coração, é impossível te dizer o quanto eu amo o Brasil. É demais!

Alguma comida em especial?

Sou vegetariano, então eu vou para muitos buffets. Embora eu não coma carne, eu gosto da atmosfera da comida brasileira e é muito bonito para mim estar no ambiente e comer bastante vegetais.

Você esteve por aqui durante a Copa do Mundo de 2014, né?

Sim!

Quais jogos você assistiu?

Muitos! Estive em Manaus para ver a Inglaterra jogar e estava muito calor. Eu sou inglês, mas é importante você saber que sou um grande fã do futebol brasileiro. Então para mim foi muito legal porque eu adoro futebol.

Você conhece algum time brasileiro?

Na verdade, não. Conheci alguns jogadores que jogavam na seleção brasileira, mas na verdade eu só gosto de futebol no geral mesmo.

Você é um torcedor fanático pelo Wolverhampton Wanderers (time inglês), certo?

Sim, eu sou!

O que você espera do time para esta temporada?

Tem um técnico português agora no time, espero que ele seja ótimo. E temos novos jogadores que são bons. Então espero que tenhamos uma boa temporada.

E o que aconteceu com a Inglaterra recentemente na Eurocopa?

Eu acho que eles foram longe. É uma pena que não ganhamos, mas acho que não temos um time com uma “espinha dorsal” forte o suficiente. Não temos alguém que segura as pontas.

Você acha que a música “It’s Coming Home” não está trazendo sorte para a seleção inglesa?

Não está.

Vocês deveriam trocá-la.

Talvez.

Tem alguma banda brasileira que você gosta?

Conheço os caras do Sepultura. Não conheço muitas bandas brasileiras, mas eu gosto de samba e das tradições da música brasileira.

Vocês vão fazer uma turnê em setembro e outubro pelos Estados Unidos. Como vocês estão se preparando?

Eu vou para Nova Iorque em algumas semanas para começarmos a ensaiar. O primeiro show é no dia 10 de setembro, então estamos preparando o set list, as músicas, a produção…tudo é animador. Estou animado!

O que você mais sente falta das turnês?

Tocar ao vivo. Eu adoro tocar. Como você deve saber, eu sou um artista que toca ao vivo, adoro cantar, as minhas melhores performances são ao vivo, então eu sinto falta de me conectar com a banda e poder ser eu mesmo no palco.

Podemos esperar shows no Brasil para essa turnê?

Espero que sim. Ainda não planejamos, mas realmente esperamos ir aí ano que vem. Todo mundo que me conhece no Brasil sabe o quanto eu amo vocês, então é importante vocês lembrarem que eu quero ir. Eu quero estar aí.

Sim, nós sabemos. Não quero te perguntar se o rock morreu porque virou uma pergunta comum, mas tem alguma banda nova que você gosta?

Eu não tenho conhecido muitas bandas novas porque não estou escutando música ultimamente. Então não posso te dizer bandas novas porque não tenho ouvido músicas novas.

Você ainda está cantando muito bem. Como você cuida da voz?

Muita água, durmo bem, meditação, exercícios, espiritualidade, consciência mental, estar presente, sem pensar no passado ou no futuro e estar no momento presente, e saber que o único momento que realmente importa é o agora. Isso me dá força.

O que você gosta de fazer além da música?

Ler! Ler, exercícios, nadar…e escrever músicas.

Pensa em escrever sobre sua história?

Já fiz isso, mas acho que estou pronto para escrever outro livro.

Um novo livro?

Isso.

Legal! Tenho algumas perguntas para te fazer sobre música em geral, se você não se importar em responder.

Claro!

Você lembra a primeira música que ouviu?

Sim! Era começo da década de 1960 e era americana. Talvez Elvis. Era o rock and roll antigo, sabe? Seu pai conhece. Era um período de aprender quem eram essas pessoas, de onde vinham, e deixar isso fazer parte da minha vida. Aí, claro, os Beatles apareceram na minha vida e o resto é história.

E qual foi o primeiro disco que comprou?

“With The Beatles” em 1963.

O melhor álbum de todos os tempos na sua opinião?

“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (Beatles). Com certeza, é o número 1.

O seu compositor favorito? Acredito que seja um dos Beatles.

Lennon/McCartney, os dois juntos.

A próxima resposta não vai ser os Beatles. Qual é a banda mais subestimada na sua opinião?

Subestimada? Essa é difícil…Não sei no mundo do rock, mas acho que Steely Dan é a banda mais subestimada da história.

Uma música que faz você chorar.

“Imagine” do John Lennon.

Qual música você mais tem escutado? Uma que esteja na sua playlist diária.

Estou compondo no momento, então estou escutando o que sai no meu estúdio. Estou apenas escrevendo novas músicas no momento.

Legal! Tem uma última pergunta que quero fazer para você. Você sabe que temos muitos fãs do Deep Purple aqui no Brasil. Quando lembra da época que esteve na banda, qual é a primeira coisa que vem na sua mente?

Como a banda era explosiva no palco. E o Ritchie Blackmore maluco, quebrando as guitarras. As músicas eram fortes, assim como a imagem da banda. Não tinha nada além de camisetas, calças boca de sino, sem lasers, sem seguranças…apenas um rock incrível sem rabo preso. Um rock and roll direto. Uma música de verdade!

Sim, era mesmo. Obrigado, Glenn! Muito obrigado por falar conosco.

Por nada! A todos do Brasil, eu amo muito vocês! Espero vê-los em breve.

Obrigado, nós também esperamos.

Obrigado, Wendell. Tenha um ótimo dia.

Obrigado! Você também.

Paz e amor, irmão.



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