Se “Nevermind”, do Nirvana, fosse lançado hoje, não teria o mesmo impacto, diz produtor do disco

imagem divulgação

O álbum Nevermind, do Nirvana, é para muitos o responsável pelo início do movimento grunge nos anos 90 e frequentemente aparece encabeçando listas de melhores álbuns da década de 90. Mas todo esse poder envolta do disco foi colocado em dúvida pelo seu próprio produtor, Butch Vig.

Falando com a NME, Vig – que também é baterista do Garbage –   em momento algum se referiu à qualidade do conteúdo do desse trabalho icônico do Nirvana, mas sinalizou que o clima em torno da chegada dele ao mercado foi um fator fundamental para que atingisse um sucesso estrondoso.

“Acho que seria difícil repetir esse momento de sinal dos tempos, caso Nevermind saísse esta semana. Apesar de ser um grande disco, não teria o mesmo impacto cultural”, declarou Vig, acrescentando: “Era o momento perfeito de lançamento, quando houve uma mudança na música e parecia uma revolução. Eu posso ver isso acontecendo novamente, mas não da mesma maneira”.

O produtor de Nevermind entende que é difícil construir algo parecido atualmente. “Todo mundo tem acesso a tudo hoje em dia. Talvez apareça uma banda semelhante ao Nirvana, mas que tenha um letrista que escreva como Bob Dylan e goste de hip-hop e não use Instagram ou Facebook”, imaginou Vig, deixando claro que adoraria produzir um grupo assim.

Vig também compartilhou na entrevista o mesmo sentimento demonstrado por Dave Grohl há algum tempo em relação à ascensão da cantora Billie Eilish como um fenômeno parecido com o Nirvana. Ele comentou: “Eu vi algo semelhante com Billie Eilish. Sou amigo dela e do Finneas [seu irmão e produtor]. E a mãe deles era professora de música da minha filha. Eles moram na nossa rua. Billie fala por toda uma geração de jovens, assim como o Nirvana fez naquele momento”.