89 conversa com Sam Fogarino, do Interpol, atração do Lollapalooza Brasil 2019

Redação 89

89 conversa com Sam Fogarino, do Interpol, atração do Lollapalooza Brasil 2019 Imagem divulgação

A 89 conversou com o Sam Fogarino, baterista do Interpol, atração do Lollapalooza Brasil 2019, que leva promoção 89.

Sam falou como foi sua recente turnê que rolou na Europa, ele conta que foi muito divertido tocar as músicas do novo álbum Marauder, lançado no ano passado: “Parece que somos uma nova banda”, ressaltou o baterista. Ainda sobre o disco, o músico explicou como foi o processo de composição e gravação.

O Interpol se apresentou no Lollapalooza Brasil em 2015. Sam relembrou os momentos marcantes dessa passagem, como o show do Robert Plant e a energia do público brasileiro: “É uma energia muito intensa e poderosa. Estou ansioso pra fazer parte disso novamente”, conta Sam.

O baterista também revelou o que anda ouvindo atualmente e falou sobre as bandas Twenty One Pilots e Greta Van Fleet, que também fazem parte do lineup do Lollapalooza Brasil 2019. O festival acontecerá novamente em três dias: 5, 6 e 7 de abril de 2019, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. As entradas para o festival podem ser adquiridas pelo site oficial do evento.

Utilize o player abaixo e ouça a entrevista na íntegra, disponibilizada no canal oficial do YouTube da 89 A Rádio Rock. Quem trocou uma ideia com o Sam Fogarino foi o nosso produtor Wendell Correia:

Transcrição da entrevista:

89FM: Como foi a turnê na Europa?
SAM FOGARINO: Foi ótima, tocamos em vários lugares interessantes. Foi muito legal tocar as músicas do novo álbum e nos divertimos muito com esse set diferente. Parece que somos uma nova banda. Atingimos um novo nível. A impressão é que as músicas tocam sozinhas sem precisar pensar muito. Apesar de ser a mesma canção, ao vivo elas soam diferentes do que em estúdio.

89FM: Vocês são ainda mais amigos agora?
SAM FOGARINO: Estamos juntos há tanto tempo que desenvolvemos uma irmandade. Não andamos sempre juntos como fazíamos. Mas nos preocupamos mais um com o outro e não precisamos mais estar junto o tempo inteiro para demonstrar isso. É uma coisa que amadurecemos. O Brad (músico de apoio que toca nos shows do Interpol), o Paul e o Daniel são uma extensão da minha família.

89FM: Vocês já tocaram no Brasil. O que lembra do país?
SAM FOGARINO: Eu lembro da primeira vez que tocamos em São Paulo e as cores da cidade mexeram bastante comigo. As coisas ficam confusas, e isso é normal em uma cidade populosa. São Paulo tem uma mistura de beleza e esquisitice ao mesmo tempo. Não sei se já vi uma plateia tão apaixonada quanto os paulistas. É incrível as reações e repostas da galera. Lembro muito da beleza de São Paulo principalmente à noite quando você vê luzes saindo de todos os lugares. É lindo! Não tenho palavras para descrever a beleza do país e a energia que saem das pessoas e da cidade.

89FM: Vocês na edição de 2015 do Lollapalooza Brasil. O que você lembra desse dia e o que podemos esperar para o show no Lollapalooza Brasil 2019?
SAM FOGARINO: Eu tenho certeza que o set list que vamos tocar vai agradar todo mundo. Um evento como esse tem que ser sempre animado. Do Lollapalooza Brasil 2015 eu lembro de assistir o show do Robert Plant e, mais uma vez, a reação do público me chamou atenção porque é algo que realmente não vejo em nenhum outro lugar. É uma energia muito intensa e poderosa. Estou ansioso pra fazer parte disso novamente.
89FM: Na sua opinião, o que mudou em você na vida pessoal e como músico desde 2015?
SAM FOGARINO: Eu acho que estou melhor. Amadureci. Passamos um tempo trabalhando nas novas músicas. Quando você faz as mesmas coisas com frequência durante anos, como no meu caso compor, se você está fazendo isso direito você fica melhor. Você expande suas habilidades. E não digo só tecnicamente. Você quer fazer da melhor forma uma coisa simples e isso fica natural. E conseguimos isso nesse álbum. Você vai ganhando confiança no que está falando e fazendo, e isso deixa o caminho mais fácil. Esse progresso aconteceu durante esse tempo.

89FM: O dia do Interpol também terá shows de bandas novas como Twenty One Pilots e Greta Van Fleet, que estão chamando bastante atenção. Qual é a sua opinião sobre essas bandas?
SAM FOGARINO: Eu não sei muito sobre essas bandas, mas sei que são muito populares e que as pessoas estão curtindo muito, principalmente o Greta Van Fleet. Acho legal que não importa qual é exatamente o estilo, continuam sendo bandas que é muito legal de ver tocar. É tão bom quanto você ver a combinação simples de guitarra, baixo e bateria. Então eles seguram a ideia do que é o rock n’ roll ao mesmo tempo que conseguem se conectar com a nova geração. Eu fico feliz que as pessoas curtam bandas novas como já faziam nas décadas de 1970 e 1980. Que continuem com essa abordagem, fazendo músicas e se apresentando. Isso é ótimo.

89FM: O que está na sua playlist atualmente?
SAM FOGARINO: Tenho ouvido bastante as bandas Cigarettes After Sex e uma inglesa chamada Another Sky. Recentemente eu li um livro dos Beastie Boys e tenho ouvido bastante agora. O que me remete a Run-D.M.C. e toda essa cena hip hop. Eu já estava ouvindo bastante as músicas do David Bowie e depois que ele faleceu isso aumentou, mesmo já fazendo três anos. E o White Album dos Beatles, com o George Michael como produtor, continua ótimo. As músicas foram gravadas há cinquenta anos, mas parece que foi na semana passada. É um álbum incrível e muito bem gravado, sempre me impressiono quando ouço.

89FM: Como foi o processo de composição e gravação do novo álbum Marauder?
SAM FOGARINO: A parte de composição foi do jeito que estamos acostumados a fazer há muito tempo. O Paul Banks e o Daniel Kessler se juntaram e aí ficaram uma semana trabalhando com as ideias que o Daniel tinha e depois eu me juntei ao que eles estavam fazendo. Eu ficava indo da minha casa em North Georgia até Nova York por cerca de um ano a cada duas semanas. Quando eu estava com eles, ficávamos trabalhando direto nessas músicas. Aí depois de um ano elas finalmente chegaram num ponto onde já pudessem ser gravadas. Quando entramos no estúdio com o Dave Fridmann, as coisas foram diferentes do que estávamos acostumados. A primeira delas foi que o Dave tinha a palavra final, era ele que estava no controle. O Interpol é uma banda desde 1998 e foi a primeira vez que trabalhamos com um produtor que tinha a palavra final. E acho que isso foi o que fez o álbum ficar do jeito que está. Era uma voz objetiva e decisiva no estúdio que conhecia muito bem as músicas, mas não estava emocionalmente envolvido com elas da mesma maneira que nós da banda. Ele conseguia fazer boas escolhas para deixá-las melhor. Outra coisa boa dessa colaboração foi que o Dave nos achou muito bem organizados e preparados. Então estávamos focados em apresentar e gravar a música da melhor forma. Tiveram poucas alterações nas músicas, o que nos deixou animados. Mas só de ter uma pessoa no controle, alivia um pouco a tensão que sempre existe entre os integrantes da banda, principalmente na performance durante a gravação. Você foca mais no que você tem que fazer ao invés de também ficar de olho no que o outro está fazendo, já que o Dave era responsável por isso. E aí podíamos simplesmente tocar juntos sem se preocupar. Você sempre tenta entregar o melhor que você consegue quando está sendo gravado. Foram experiências ótimas. Não ficava tão empolgado com a gravação de um álbum desde o primeiro que gravei.



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