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Robôs e humanos em guerra na ópera rock do Dream Theater

Redação 89

Robôs e humanos em guerra na ópera rock do Dream Theater imagem divulgação

Imagine uma ópera de metal progressivo com mais de duas horas de música divididas em 34 faixas: esse é o novo álbum do Dream Theater, banda americana com 35 anos de carreira cujos músicos são verdadeiros deuses para milhões de fãs em todo o mundo. Pois ‘The Astonishing’ não é apenas um álbum duplo repleto de ritmos complexos e melodias complicadas: a maratona épica sobre um mundo comandado por robôs em guerra com os humanos está fazendo tanto sucesso que vai virar até videogame. O repórter da Revista Rock Anderson Bellini conversou com o tecladista Jordan Rudess e ele falou um pouco mais sobre o conceito por trás do impressionante ‘The Astonishing’.

O que o novo álbum ‘The Astonishing’ traz de diferente em relação aos anteriores?

Jordan Rudess – ‘The Astonishing’ é incrível em vários aspectos. É um álbum conceitual que conta uma história, algo que já queríamos fazer há bastante tempo e que estávamos procurando a hora certa para compô-lo. Quando começamos a escrever as canções, o álbum foi tomando corpo e aí percebemos que seria algo épico. Nos shows também estamos fazendo algo diferente: tocando o álbum inteiro, sem nenhuma música antiga. É uma experiência bastante inovadora.

Como foi o processo de composição desse álbum?

Jordan Rudess – Quando decidimos compor um álbum sobre essa história que o John Petrucci escreveu há dois anos e meio, decidimos trabalhar sozinhos, John e eu. Fomos para o estúdio com teclados e guitarras e começamos a escrever. Foi a primeira vez que nos envolvemos somente nós dois para compor um disco do Dream Theater. Ficamos bem próximos durante esse tempo, foi um processo diferente de composição.

Alguns críticos estão dizendo que esse álbum será melhor assimilado com o tempo e que pode ser considerado uma opera rock clássica como ‘The Wall’, do Pink Floyd, ou ‘Tommy’, do The Who. Você concorda?

Jordan Rudess – Sim, com certeza. Soa como a trilha sonora de um filme e definitivamente pode ser chamado de ópera rock. Fomos muito influenciados pelo ‘The Wall’ e por ‘Tommy’, além de ‘Jesus Christ Superstar’ e outros musicais.

Como você disse, o setlist dos shows atuais é composto somente pelo repertório de ‘The Astonishing’. Vocês não têm medo de decepcionar os fãs mais antigos que querem ouvir os clássicos da banda?

Jordan Rudess – Para nós está muito claro o que queremos fazer nesse momento. As pessoas não devem vir aos nossos shows querendo ouvir músicas antigas e não acho que estamos decepcionando os fãs… Depois de 30 anos na estrada, decidimos fazer algo diferente. Para termos uma experiência diferente precisamos mudar um pouco as coisas, tentar algo novo. Estamos há muito tempo na estrada fazendo a mesma coisa. Então esse foi o momento que achamos ideal para fazermos algumas mudanças, tentarmos caminhos mais interessantes. Planejamos um show bem bonito, contratamos uma companhia de design de Montreal que desenvolveu todos os efeitos visuais do show. É muito, muito bonito. Já fechamos com vários teatros famosos em todo mundo para fazer essa apresentação, será uma experiência única na carreira do Dream Theater. Será algo que os fãs nunca viram antes. Será bem legal.

Mike Portnoy considerou a possibilidade de se reunir com a banda para um show como foi feito em 2004 com Derek Sherinian e Charlie Dominici. Você acha que isso seria possível?

Jordan Rudess – Acredito que seria possível, sim. Mas não é algo que temos em nossos planos no momento. Mas pode acontecer, é possível.

Como músico, como você vê empresas de streaming como Spotify e Deezer? Acredita que os compositores e bandas recebem o que é justo em termos de direitos autorais? É uma boa solução para os downloads ilegais?

Jordan Rudess – Acho que as aplicativos de streaming são muito bons. Quando começaram a ser usados causaram um pouco de incômodo aos artistas, mas o serviço está melhorando. Quanto mais gente usar, melhor para os artistas. Não temos como evitar esses aplicativos, temos que aceitá-los. Qualquer artista ou músico que continua se queixando deles, acaba perdendo tempo pois essa forma de ouvir música não irá acabar, é uma coisa da vida moderna. Especialmente na Europa, onde pessoas já usavam esses aplicativos mesmo antes dos EUA. Os músicos precisam entender que as vendas caíram muito e que esses aplicativos vieram para ajudar. As coisas estão mudando, você não pode lutar contra a tecnologia.

Um baterista brasileiro (Aquiles Priester) ficou entre os finalistas para substituir Mike Portnoy na banda. O que você lembra das audições dele?

Jordan Rudess – Aquiles é um ótimo baterista. Lembro que ele estava um pouco desconfortável com o processo de audição. É um cara muito legal e um baterista muito bom, mas não se encaixou no que procurávamos para integrar a banda.

Existe a possibilidade da turnê de ‘The Astonishing’ passar pelo Brasil?

Jordan Rudess – Sim, claro. Tenho plena certeza de que iremos à América do Sul e certamente tocaremos no Brasil. O público brasileiro é um dos mais quentes para o Dream Theater.

Por Anderson Bellini



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