Branco Mello, dos Titãs, fala sobre a emoção de abrir os shows dos Rolling Stones

A passagem dos Rolling Stones por São Paulo, nos dias 24 e 27 de fevereiro de 2016, no Estádio do Morumbi, foi caracterizada pela ótima receptividade do público com os Titãs, que abriram as apresentações.

A 89 conversou com Branco Mello, integrantes da banda, que contou um pouco da emoção de participar desse evento e como rolou a preparação para escolher as músicas que o grupo levaria ao palco.

Aqui você ouve a entrevista feita nos estúdios da 89 A Rádio Rock:

E aqui a transcrição do nosso papo com Branco Mello:

Vocês tiveram um contato direto com os caras dos Rolling Stones? Como foi a receptividade da banda com vocês, tendo em vista que vocês já foram apresentados na primeira vez que abriram para os Stones, há 10 anos no Rio de Janeiro?

A gente já conhecia os Stones lá de Copacabana, quando nós abrimos a 10 anos atrás. Eles são muito simpáticos. É muito bacana o jeito que eles se apresentam, chegam e fazem as fotos, falam algumas coisas com a gente. Fica um clima suave antes deles entrarem no palco. Foi ótimo encontra-los dessa vez, 10 anos depois. São caras geniais e ícones da história do rock mundial. É uma emoção não só encontrar eles pelos camarins, mas também assistir um show dos Stones. Foi sensacional esse encontro.

Como foi a escolha do setlist para abrir esses shows dos Rolling Stones em 2016? Esse é um tipo de trabalho bem diferente de qualquer outro tipo de apresentação?

Quando fomos convidados para abrir o show dos Stones, a gente tinha 50 minutos então resolvemos fazer um setlist matador. Pegamos os grandes clássicos do Titãs, os mais pesados e conhecidos e mandamos ver. Foram 13 músicas na sequência, falando pouco e tocando muito. Foi muito legal, emocionante! Os dois shows foram incríveis e foi a terceira vez que nós abrimos os shows dos Rolling Stones.

A maioria das músicas que vocês apresentaram faz parte do álbum “Cabeça Dinoussauro”. Esse é o trabalho dos Titãs que mais se aproxima do universo sonoro dos Rolling Stones?

Eu não sei exatamente o que mais nos aproxima dos Stones, mas o “Cabeça Dinossauro” sem duvidas está muito presente na nossa história. É muito marcante para o nosso publico. Tocamos pelo menos umas 6 ou 7 músicas nesse show.

Vocês tocaram a canção “Aluga-se”, do Raul Seixas, que já entrou em um disco de vocês, “As Dez Mais”, de 1999. O momento que vivemos no Brasil se encaixa com a letra dessa música feita nos anos 80?

Eu acho que o Raul Seixas sempre foi um visionário. A importância dele para o rock brasileiro, para as bandas brasileiras é um absurdo, então fizemos questão de colocar no nosso setlist uma música do Raul que é o “Aluga-se”. Eu acho que tem tudo a ver com o momento do pais. Na música ele fala de coisas que sempre aconteceram e vão continuar acontecendo, infelizmente.

Como foi a sensação de ver o público curtindo a apresentação de vocês nos dois shows, tendo em vista que aguardavam os Rolling Stones?

A sensação de abrir um show desse tamanho e grandeza, é uma sensação diferente. Você não sabe o que vai acontecer quando entrar no palco, porque as pessoas estão ali para assistir o show dos Rolling Stones. Nós entramos lá para participar da festa, e logo na quarta feira nas primeiras músicas o estádio do Morumbi já estava gritando “Titãs”! Naquele momento nós sentimos que a festa era dos Stones, mas a gente fazia parte dela. Ficamos muito felizes com esse contato direto com o publico que estava lá para ver os Stones, mas que curtiram o nosso show. Foi impressionante para nós e nos sentimos muito em casa.

This post was last modified on 2 de março de 2016 12:03

Redação 89: