PH Dragani traz as impressões dos shows de Mr. Big e Winger

O apresentador da 89, PH Dragani, acompanhou a passagem da banda Mr. Big por São Paulo, neste sábado, 7 de fevereiro, no HSBC Brasil, que teve a abertura do Winger.

Agora ele conta pra você como foi essa experiência:

Voltando no tempo

Quando fiquei sabendo da vinda do Mr. Big e do Winger pra São Paulo não hesitei. Tinha que ver os shows de duas bandas que eu acompanhei no final dos 80’s, começo dos 90’s. Aquele tipo de show que você tem que ter no seu currículo… Mesmo que as bandas não figurem mais (há um bom tempo) entre os charts atuais.

Credenciamento devidamente providenciado, lá estava eu no HSBC Brasil. Foi a primeira vez em muitos anos que fui sozinho a um show… Nem me lembro quando foi a última vez. Mas nem me dei ao trabalho de perguntar aos amigos quem iria… Queria ir, mesmo que sozinho, e fui!

Logo de cara a gente se depara com pessoas que se vestem e tem os cabelos que esses artistas tinham há 25 anos. Não tem mais. As roupas deles são outras, os cabelos (que sobraram) também são outros. Mas esses fãs continuam com aquela ‘imagem residual’ das bandas dos anos 90. Não tô detonando, não. Acho lega! E cada um se veste como quiser.

O público, aliás, era aquilo que se esperava. A grande maioria era composta pela galera que viveu aquele começo dos anos 90. Claro que tinha gente mais nova! E também mais velha…

Entrei no HSBC, que foi lotando aos poucos, e me posicionei ao lado do house mix. Lá a gente sempre consegue ver, ouvir, ganhar e saber de coisas que na pista a gente normalmente não consegue.

Pouco antes das 19:30 o Winger já estava no palco. Confesso que tinha uma expectativa menor em relação ao desempenho de Kip Winger como vocalista. Tinha visto alguns acústicos recentes, inclusive aquele no programa do Ronnie Von, e eles não me empolgaram. Bom, fisicamente o Kip não é nem sombra do ‘galã cabeludo’ que entoava “Miles Away” no videoclipe. Mas o cara continua mandando muito bem! Não foge das notas altas, adaptando as músicas à voz naturalmente desgastada pelo tempo, e comanda o show com maestria.

Durante uma hora o Winger deu preferência aos sons mais antigos, tocando apenas duas músicas do disco mais recente, o “Better Days Comin’”.

A reação do público foi excelente. Várias vezes durante o set, o HSBC Brasil escutava o corinho “Winger! Winger!” vindo da plateia, que também vibrava a cada solo de guitarra do Reb Beach, que é um show à parte.

Grande show!

Setlist do Mr. Big

Intervalo curto e chegava a hora do Mr. Big subir ao palco.

Pouco antes das 21h, um vídeo começou a ser executado nos telões. Era uma homenagem do fã-clube brasileiro ao batera Pat Torpey, que luta desde 2011 contra o mal de Parkinson. O vídeo, no entanto, foi exibido sem áudio… E isso acabou prejudicando um pouco a homenagem. Mas valeu!

Mr. Big no palco! “Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)” abre o set, como de costume! E dá-lhe furadeira no baixo de Billy Sheehan e na guitarra de Paul Gilbert! Não é a toa que essa música abre os shows. Puta clima!

A banda alterna bem os sons antigos com os novos, valorizando bastante o “…The Stories We Could Tell”, álbum mais recente. “Gotta Love The Ride” é a minha preferida desse disco e vem logo na sequência.

Até a quarta música do show, Pat Torpey não aparece no palco. Ele só surge antes de “Alive And Kickin’”. Mesmo assim, Matt Starr continua da bateria. Pat fica ao lado, num mini kit de bateria, tocando só o pandeiro. Aliás, nesse lugar não tinha iluminação. Parece que o iluminador não tinha ideia de quem o Pat era. Durante boa parte do show ele ficou no escuro.

Aqueles que não conhecem tanto a trajetória do Mr. Big e estavam no HSBC Brasil por causa das baladas que tocavam em tudo quanto e lugar no começo dos 90 tiveram que esperar 12 músicas! Só aí os caras mandaram sua versão de “Wild World”, do Cat Stevens. Em “Just Take My Heart”, finalmente, Pat Torpey assume as baquetas.

Aliás, é bem comovente a situação dele… O cara tem uma clara dificuldade em movimentar o braço direito. Até pra bater palmas, ele usa o braço esquerdo pra ‘puxar’ o direito pra cima. Mas pra quem pensa que ele vai deixar o Mr. Big ou vai ser substituído, o vocal Eric Martin deu um recado muito claro durante a apresentação de cada integrante: “Nós nunca vamos fazer nada sem Pat Torpey”! No álbum mais recente, Pat tocou o que conseguiu e usou uma bateria eletrônica pro restante. Não teve outro batera contratado…

Nessa parte final do show, Pat tem uma participação mais ativa. Ele divide os vocais com Eric, toca bateria em mais duas músicas e circula bastante pelo palco.

Destaque nessa parte final pra versão de “Living After Midnight”, do Judas Priest, que é tocada com uma mistureba dos integrantes. Eric Martin assume o baixo, Billy Sheehan toca guitarra, Paul Gilbert vai pra bateria, Matt Starr também toca guitarra e Pat Torpey assume os vocais! Muito bom!

No fim, galera satisfeita! Duas horas e quinze minutos de show com os fãs felizes e com os ‘fãs das baladas’ do Mr. Big felizes também! Os caras continuam em grande forma. Eric arregaça nos vocais. Billy é monstruoso no baixo. Gilbert deixa qualquer um hipnotizado. E o Pat dá uma lição nessa fase da vida. Aliás, a banda toda dá a lição de como seguir em frente e dar apoio ao amigo que precisa de ajuda.

Enfim, uma noite perfeita pra quem gosta de Hard Rock! Se quiser, pode chamar de farofa. A gente não liga…

Viva os anos 90! Viva o Hard Rock! Viva o Rock!

Setlist do Winger

Por PH Dragani

This post was last modified on 8 de fevereiro de 2015 12:03

Willian Maier: