Álbuns perdidos no tempo – “Class Of 55”

Grandes discos que você talvez não conheça desvendados pela Rádio Rock – Por Claudio Dirani

Em setembro de 1985, quatro lendas do Rock entraram no estúdio para gravar “Class Of 55” – álbum que não foi muito exaltado pela crítica, e que ganhou recentemente relançamento em vinil (disponível no Brasil).

No meio daquela década, aliás, o heróis que deram origem ao Rock and Roll não eram tão valorizados como hoje. Johnny Cash, por exemplo, um dos magos do quarteto (completado por Roy Orbison, Carl Perkins e Jeerry Lee Lewis) ganhou status de “cult” somente após sua morte, em 2003, com menções públicas elogiosas de U2, Coldplay e outros.

Desconsiderações à parte, “Class Of 55” (e seu pouco usado subtítulo “Memphis Rock ‘N Roll Homecoming”) ganhou atenção razoável por conta do boom iniciado anos antes por alguns artistas qie promoveram o Rockabilly Revival”, como Brian Setzer e os Stray Cats e The Cramps. A história de “Class Of 55” você acompanha a seguir.

 

As sessões

A reunião das quatro lendas – Orbison, Perkins, Jerry Lee e Cash – foi emblemática por reviver a era em que os músicos formaram um time quase imbatível do celeiro de craques que saíram do minúsculo Sun Studio, em Memphis. Mesma locação que recebeu Elvis para gravar o 78 rotações “That’s All Right Mama”: música que mudou a história do mundo como conhecemos.

 

Improvisação

Três décadas mais tarde, Chris Moman usaria o Sun Studio para a produção de “Class Of 55”. No total, apenas dois dias foram precisos para gerar as dez faixas – sendo algumas, escritas e arranjadas no calor e empolgação do momento, com colaboração de Moman e outros artistas. Um desses “outsiders” é John Fogerty – lider do Creedence Clearwater Revival, que assina “Big Train” (From Memphis). O épico, com quase 8 minutos, é um convite “quase místico” a embarcar no trem rumo a Memphis, escrita por ele com o Sun Studio em mente.

Na gravação, além dos membros da classe de 55 temos convidados ilustres como June Carter (mulher de Johnny Cash), Rick Nelson, David Edmunds e o produtor de Elvis, Sam Philips. Elvis Presley, a propósito, é lembrado na faixa “We Remember The King”, registrada no vinil por Johnny Cash.

Comercialmente, “Class Of 55” não foi tão bem, mas atingiu a 15ª posição nas paradas da Billboard. Vale a pena investir no álbum e conferir porquê a Rádio Rock deu espaço a artistas que não estão em sua programação diária, mas que são dignos de ocupar um lugar em sua coleção de discos.

 

 

This post was last modified on 22 de janeiro de 2014 12:03

Willian Maier: